segunda-feira, 25 de junho de 2012

OS INCOMPREENDIDOS - 1959



Uma vez FRANÇOIS TRUFFAUT falou o seguinte sobre o filme Passaros do mestre Hitchcock: “O cinema foi inventado para que semelhante filme fosse feito”. Então já tamo pegando essa mesma frase para falar de OS INCOMPREENDIDOS de 1959 do meeestreeeee FRANÇOIS TRUFFAUT aqui, no Cine Xangai...

Todo fotografado em preto-e-branco, Os Incompreendidos acompanha o dia a dia de um pivete de 12 anos pelas ruas de Paris do ressaquento pós guerra, nos anos 50. Sempre fudido, se metendo em criacao jovem Antoine Doinel mata aula e mente que a mãe morreu, ergue um altar em honra de Honoré de Balzac e quase mete fogo na casa, rouba e se arrepende... Toca o satanás!.

O roteiro, do próprio Truffaut, em parceria com Marcel Moussy, não tem porra nenhuma de pieguice, não lambuza a infancia e nem trata criança como débeis; Tem todos os tons realistas, fortes, que marcariam a era que ficaria conhecida como Nouvele Vague, quando a França ousou ensinar ao mundo como faz cinema. Ganhou maior importancia devido a insitência de Truffaut no personagem.


O mestre que amava as crianças não gostava de admitir o quão autobiográfico era o seu primeiro longa-metragem. Afinal de contas, tal e qual o personagem Antoine Doinel, Truffaut teve uma infancia filha da puta; Amargou problemas com os pais, aplicou pequenos golpes e acabou confinado num reformatório juvenil.

Mesmo assim, chegou a fazer do personagem Antoine Doinel e de seu intérprete, o ator Jean-Pierre Léaud, uma espécie de alter ego. Doinel, sempre interpretado por Léaud, voltou em outros quatro filmes ao longo de 20 anos, num caso único de insistência no triângulo diretor-personagem-ator: Antoine e Colette (1963), Beijos Proibidos (1968), Domicílio Conjugal (1970) e O Amor em Fuga (1979).



O cineasta que ficou conhecido como O homem que amava as mulheres, repetiria em uma dezena de outros filmes sua devoção aos temas da infância e da solidão. Nós aqui, homens bandidos que amamos o cinema, prestamos essa homenagem a você, mestre soberano dos temas mundanos.



Os Bandidos do Cine Xangai estendem o tapete vermelho, recém roubado a você Truffaut; Pó chegar.



E eu corri...


sexta-feira, 22 de junho de 2012

O VOUYER - 1993


Eis que a Bandidagem da tela grande ta de volta cumpadii!! Pra quem é do saravá pó tirar a chinela e cair pra bater a cabeça no congá. Agora, quem num é fica o aviso:

Se tu ta esperando aqui, aquelas resenhas bestas, afetadas, metidas a besta que nada de bom faz a não ser afastar o povão do cinema pó parar. Esquece! Aqui é um cinema de bandido que se preza a roubar da canalhagem tudo que o cinema deu pra nóizz, povo e isso sem frescura no cu! Baguio aqui é na reta mermão. Então vou dar um parágrafo pra vocês que querem isso acima descrito, vazar:

...

Bão... Imaginando que você que ta lendo daqui pra frente, é do saravá, vamo continuá: Dia de hoje tamo trazendo aqui um bandidão muito do bão, TINTO BRASS e seu ótimo filme de 1993, O VOUYER, aqui no seu Cine Xangai...

Que puto véio genial foi Tinto Brass!

Nascido Giovanni Brass em Veneza na Italia de 1933, Tinto começa por la a dar suas primeiras espetacadas na Itália fascista, onde se matricula em um seminário que por motivos óbvios não da certo...

Meio perdido com o fim da guerra, passa a fazer uns bicos aqui e ali, quando finalmente descola la um trampo nos Estudios Cineccitá, fixando-se em Roma. Ali, vendo todos os grandes mestres do cinema Italiano e Mundial, tinto aprende pra cacete e decide-se por um cinema totalmente diferente dos geniais Felini, Bava, De Sica, Risi...

Sacando que a sua Italia tava começando a querer viver um periodo de caretagem comportamental, repressiva e triste, gerando por lá um povo que não conseguia por pra fora toda sua volupia, intensidade e paixão, Tinto resolve então filmar justamente isso que tava faltando; Paixão. No começo era tudo meio bobinho, não havia caractistica que o tornaria mundialmente conhecido. Essa viria com a revolução sexual já nos 60...

Tinto vendo aquela parada la de “amor livre”, Amor isso, Amor aquilo, pensou “Ah então to feito!!” E começa a usar um delicioso componente safado, erótico, bem humorado e malicioso em seu Cinema. Assim fez classicos como SALON KITTY, SENSO 45 e tantos outros. Ficou famosão, encheu as burras de grana e varou 5 décadas sempre no topo das paradas de Cinema. Nos anos 90 não deixou por menos e fez esse filme que nos traz acá.

O VOUYER” chega em 1993 com a deliciosa proposta de ser segundo o próprio Tinto Brass, “Um filme para se ver pelo buraco da fechadura”...

Conta la a história de um filho intelectualzão, erudito arsitocratico, elitista tonto que se vê na eminencia de voltar para sua cidade de nascença devido a uma efermidade de seu velho pai, um cabra charmoso, classudo, mulherengo e adorrável. Ali, o tal intelecta se vem em contato com um passado seu que ele sempre quis esquecer, refrear, fugir. Tudo que Tinto não admitia num sujeito... A convivência dos caras tem coisas maravilhosas!

Começa com a participação maravilhosa da empregada Fausta, intterpretada por Cristina Garavaglia. Dona de uma das bundas mais deliciosas da história do Cinema, a moça usa e abusa das prevaricagens pra mandar pra valaaaaaaa todas as crenças e frouxas convicções do pobre do moço. Afinal, não pode haver nada mais santo na vida de um sujeito do que, um bão meio de perna de muié...

Então dae pra baixa já sabe. Tasca o mouse no play ae se divirta que o filme ta completo e é de gratisss...



Corri!!!




domingo, 15 de janeiro de 2012

4 Moscas No Veludo Cinza - 1971



E para começar 2012 sentando a borracha o BANDIDOS DO CINE XANGAI tem grande honra em trazer aqui o pai do terror moderno no cinema italiano, o pai do estilo policialesco chamado Giallo e principalmente o pai da gostosa da Asia Argento...

Dario Argento é o nosso enquadrado com seu monumental 4 MOSCAS NO VELUDO CINZA.
A pelicula é a terceira parte da "Trilogia dos Bichos" que marcou o início da carreira de Dario Argento, Em "4 Moscas..." é contada a história de um jovem baterista, Roberto, (interpretado por Michael Brandon) que toca em um grupo de rock lisergicão. Toma uns drinques e nada de mais acontecia na sua vida até que passa a ser seguido por um filho da puta, que enche seu saco. A coisa degringola quando ele “acidentalmente mata o sujeito. A partir dae, comela o inferno da vida de Roberto, tudo muito bemconduzido por Argentom que já começa a emaranhar a estória toda com uma forte estilização visual e os maneirismos típicos que caraceterizam para dar uma consistencia incrivel na tama toda.

O filme é um grande desbunde hitchcockiano, onde seus personagens sempre estão a ponto de perder tudo, estão sempre no limiar de morrerem ou virarem uns merdas urbanóides mergulhados em crises existenciais. Não adianta Roberto ter a consciência da inocência, pois já tem o sentimento de culpa, da identidade trocada, da sua vida comum ser lançada em uma história de suspense.

Feito três anos antes de sua obra-prima Prelúdio Para Matar e fechando a “Trilogia dos Animais” de forma já bem mais madura que o debut O Pássaro das Plumas de Cristal.

4 MOSCAS... Marca a chegada de Argento em uma fase mais madura, consolidando-o, ao lado de Fulci, Bava, Sergio Martino, como um dos grandes estetas de um cinema italiano moderno, tentando se livrar da força do Neo-Realismo dos anos 40, da sombra da grandiosidade de Felini e Visconthi, provando que uma nova linguagem, mais pop e mais comercial poderia muito bem ser um caminho viável para aquela começo dos anos 70.

Aqui, Argento pára de fazer testes, rascunhagem e se torna uma realidade. Mas como a gente aprendeu vendo sua obra, a tal da realidade nem sempre é o que mais interessa. Portanto vamos à magia...

Da play ae embaixo e bom filme!!