Mas essa é mais uma daquelas histórias maravilhosas que só a perifa é capaz de produzir. Quando chegou aqui nas terras tupinikins de lo abcd a película DOWN BY LAW do ótimo Jim Jasmurschi, de cara, virou DAUNBAILÓ. E assim ficou, tanto que a distribuidora abraçou e esse nome se perpetuou. Mas pensem isso em Santo André em 1987 que catarse que num foi? Ainda viviamos a fase que existia cinema de verdade...
Em Santo André tinha tres deles bastante ativos; TANGARÁ, CARLOS GOMES e o lindão e muderno STUDIO CENTER. E para manter a pecha de “muderno” o Studio Center com um abençoado lá, comprou uns filmes que rolavam em Sundance Festival, Utah, EUA. Ma claroooo que num deu muito certo do ponto de vista comercial, a região não estava acostumada com aquelas cousas diferenciadas e então, todas as terças ao meio dia, pela bagatela de 1 cruzado novo, rolavam essas sessões. E sempre estavamos lá os mesmos... 10 cabras pra assisitr.
Claro que a porra num durou muito tempo. Aliás é bem interessante esse caso; Vagabundo reclama que “não tem nada pra fazer no abc, não acontece nada... Quando acontece o filho da puta não tira o cu de casa! Quer o que, desgraçado? Se mexe, porra! Enfim... Mas isso discutimos outra hora. Aliás, num sei se discutimos não... Quando quiser, falo disso. Em questão aqui, o filme...
Jasmursch que já tinha dado as caras o cinema independente com o ótimo Estranhos No Paraíso, de 1983, juntou um caraminguá e voltou com a idéia de fazer um filme que retratasse os perdidos anos 80 de uma maneira cômica, ácida, idiossincrática. Então nasce a idéia de Daunbailó. A capivara é a seguinte:
Dois cabra besta, lesado, cabaços, caem num caô de policia e vão divindir o X numa prisão. Jack é um dono de puta sem classe e babaca que se mete numa parada ae de corrupção de menores, enquanto Zack é um ex-radialista que, ao tomar um pé no cu de sua excelentíssima nêga, descola um trampo de motorista numa firma de transportes. Da um vacilo e não se liga que no seu carro de trampo, constava um elemento morto no porta malas, tremendo presuntão... já era. Cana no elemento vacilão!
Aí pra acabar de fuder a biela, dias depois aparece por lá um italiano tagarela, chato pra caralho, irritante, que de imediato já saca a tensão e rapidinho trata de calar a boca...
De cara, os tipos se odeiam no X. Presos, fudidos, revoltados com o que há de pior na sociedade que os meteu em cana, ambos passam a ditar a narrativa do filme, contando sempre com a fotografia FODAAAAAASSSTICAAAA de ROBBIE MÜLLER QUE já havia matado a pau em PARIS TEXAS, agora, ajudou muito para retratar uma Nova Orleans, fria, suja, escura, torpe... Bem longe dos estereótipos da “Cidade do Jazz e do Mardi Grass...”
John Lurie, tom Waits e o italiano mala, Roberto Begninni forma o trio de manés presos. A montagem foda de Booby Selfman, torna o filme um labirinto que por mais que se queira não há como sair. E o resto vocês assistam que a parada vale muito a pena.
E eu já to sartando de banda que já vacilei muito aqui...
Corri...