terça-feira, 20 de julho de 2010

VIDEODROME - 1981


Eu já disse que só venho até aqui para dar um ar de... Classe a esse cinema. Afinal de contas, eu sou O FRENTE dessa pantomima toda. E quem tem essa primazia não pode ficar se dando ao desfrute assim, toda hora. Para isso tenho meus Bandidos.


No entanto, visto que semana passada trouxeram um cana aqui, deixa eu reestabelecer a ordem no pardieiro. E não sei que outra forma de “Ordem” é mais eficaz que a “Desordem” criativa. Ma paremos com os sofismas (Ou não?)...


Se o cinema realmente é a “arte das aparências”, como o Sganzerla defende, David Cronenberg é o cara certo.





As aparências, aliás, são temas centrais de obras como “
Gêmeos – Mórbida Semelhança” e “A Mosca”. Em VIDEODROME, o cara recorre mais uma vez ao cinema da carne, cinema da mutação...

Normalmente, seus filmes travam uma batalha entre homem e ciência. Mas nesse exemplar, o “homem” não é tão puro assim... e o processo de mudança da carne (da “nova carne!”) acontece novamente.

Em “Rabid”, uma moticiclista sofre um acidente próximo a uma clínica de cirurgia plástica. Os cirurgiões tratam dela, colocam no ferimento uma espécie de tecido mutável para que se regenere. Conclusão: aquilo vira algo tipo uma xereca sugadora de sangue que transforma todo mundo em zumbi. Em “A Mosca”, um cientista testando um tele transporte acaba, por acidente, fundindo seu corpo com o de uma mosca.


Em VIDEODROME não se pode chegar a conclusões dessa forma. O ponto de vista narrativo de todo o filme não nos deixa perceber as verdades ou mentiras da trama. Acompanhamos James Wood, um empresário da TV, em busca de uma nova atração. É aí que ele conhece os videodromes, vídeos snuff, por assim dizer, com pessoas apanhando e morrendo de verdade.

Não por acaso, o “drome” do nome sugere uma SÍNDROME. O trunfo da película é justamente não nos deixar sair do ponto de vista de Woods para entendermos se aquilo é verdadeiro ou falso. Se fosse naquele nacional “Mulher Invisivel”, por exemplo, só saberíamos que ela não existe por causa do título.


VIDA NOVA A LONGA CARNE! A primeira vez que eu vi o final desse filme pensei seriamente que minha tv explodiria. Que explodam esses monitores...


E minha limosine esta a partir. Até mais, réles mortais...




4 comentários:

Erika disse...

uauuu mas que texto chique! Coisa bem feita, bem analisado, gostei do moço! O filme, a galera aqui da facul ta agradecendo de joelhos! kkk

beijo

Lucas disse...

Po cara que du caraio esse blog! muito bom, só classico e uma puta de uma classe pra cuidar da informação passada. PArabéns Bandidos!

Marina disse...

Interessante a análise que vcs fazem desse filme do Cronemberg. Eu faço escola livre de cinema em santo andré e não temos por lá 10% de informação que se tem aqui. Porque vcs não fazem workshops e coisas do tipo? Parabéns pelo Blog!

Horacio disse...

Muitoooooooo foda o filme da semana e esse blog!