terça-feira, 26 de outubro de 2010

THE COMMITMENTS - 1991



Como de praxe em datas festivas, agora, Tadeu Alcaide, “O Reverendo”, ganhou de presente aqui da bandidagem, o direito de escolher um filme para homenagear o miscelanea pop que faz anos. O escolhido é THE COMMITMENTS e o texto do mestre segue ae embaixo...


Numa noite de 1991, perambulando com alguns amigos pela Praça Roosevelt, ainda estava cedo demais para a balada na extinta casa noturna alternativa Hoelisch. Normalmente, entraríamos em algum bar para o tradicional “esquenta”, porém naquele dia, não me perguntem como, decidimos assistir um filme que estava em cartaz no cineclube Oscarito: The Commitments – Loucos pela fama, de Alan Parker.
Nem sabíamos direito do que se tratava e ninguém da turma curtia Soul Music. Mesmo assim, o valor do ingresso era barato demais naquela época (ainda não existiam salas do Cinemark por aqui) e fomos atraídos pelo cartaz, com uma foto de uma banda que tinha mais integrantes do que os Titãs.
Para nossa surpresa, a história era sobre um grupo de músicos irlandeses branquelos, que se juntam para tocar o ritmo negro norte-americano. O mentor do grupo era Jimmy Rabbitte (Robert Arkins) um jovem que não tocava nenhum instrumento e não sabia cantar, mas que idolatrava James “Godfather” Brown e toda aquela turma que surgiu nos anos 60, lançados pela gravadora Stax.
Assim que ele é convidado para agenciar a banda, propõe: “Vamos formar um grupo de Soul de Dublin”. Os músicos, ainda meio hesitantes, acabam aceitando. A partir de um anúncio para escalar os demais integrantes, começam a aparecer os mais variados e hilários tipos, para fazer o teste.
Com o time formado, Jimmy que não era besta, colocou três garotas para fazer os backing vocals e as coreagrafias no palco. O vocalista era um gordinho escroto e egocêntrico, mas que sabia cantar muito. Joey, um trompetista falastrão, que era um músico mais experiente, se junta à trupe.
Os ensaios começam em meio aos desentendimentos entre os integrantes, a inexperiência dos músicos e a tentativa do empresário em fazer com que a banda de brancos europeus toque como negros americanos. Em certo momento ele compara - “Nós, Irlandeses, somos os negros da Europa” - referindo-se à descriminação sofrida por ambos.
Aos poucos, a banda começa a se entrosar e a fazer shows em pequenos clubes e bares. No repertório, apenas canções clássicas de Al Green, Wilson Picket, Otis Redding, Aretha Franklin, ou seja, só coisa fina! A trilha sonora é um espetáculo à parte no filme.
Um dia pinta a grande chance dos Commitments serem catapultados ao mainstream. Joey, aquele que está sempre se gabando de já ter se apresentado com grandes nomes da música , inclusive com Elvis, afirma que Wilson Picket aceitou o convite para se apresentar com eles, o que acabou não acontecendo e culminaria no desfecho da trama.
Ao sair do cinema, lembro de estar feliz por ter assistido um filme cheio de momentos cômicos, um roteiro inteligente e uma excelente trilha sonora, que me fez começar a gostar bastante de Soul. Pouco tempo depois de assisti-lo, já tinha comprado alguns CDs dos grandes nomes que marcaram o gênero e foram homenageados neste filme.
Agora é com vocês. Só clicar no play e curtir...


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